Antes de estudarmos temas que explicam sobre a Religião de Umbanda, vamos procurar eliminar de vez de nossas mentes, pensamentos e conceitos sem fundamentos teóricos, que ainda confundem muitas pessoas. É preciso “desmistificar” essa Umbanda Iluminada, ainda alvo de misturas de conceitos equivocados de outras religiões e que na verdade, nada tem a ver com a Umbanda ou Aumbandan, ou seja, com o Conjunto das Leis de Deus.
Segue abaixo alguns pontos que todo Umbandista praticante e iniciante deve saber sobre os reais conceitos desta religião, distinta dos costumes e ações exauridas pelo misticismo, logo, colocar “cada coisa no seu devido lugar”.
Os itens que seguem foram extraídos através da observância de muitas pessoas que ainda fazem confusão com a religião e a mediunidade na Umbanda:
Qual a ligação entre as Sete Vibrações (ou Linhas) de Umbanda com os Santos da Igreja Católica? Absolutamente, NENHUMA. A Religião de Umbanda respeita todos os espíritos que alcançaram a condição de Santo na Religião Católica, como respeita a fé de seus seguidores nesses mesmos Santos, porém a associação que é feita das Sete Vibrações com esses Santos, não passa de uma artimanha dos escravos, que eram proibidos de realizar cultos, pois seus “senhores” julgavam ser feitiçaria. Então, esses escravos passaram a associar cada Orixá (ou Vibração de Umbanda) a um Santo Católico (O chamado Sincretismo Religioso), obtendo assim a liberação para seus cultos. Esses mesmos escravos, se pudessem ver a confusão e conflito que causaria a formação das pessoas e a dificuldade que seria para desassociar os mesmos Santos dos Orixás, quando esse Sincretismo se tornaria desnecessário por estarem livres, muito provavelmente não teriam começado tal movimento, pois até hoje, vemos inúmeros Terreiros Umbandistas sérios e compromissados com o Bem, por falta de conhecimento, ainda estarem presos a associar as Sete Vibrações da Umbanda com os Santos Católicos.
Não vemos um Católico se intitular de Espírita, como não vemos um Adventista se intitular de Católico, o que é normal e correto, e da mesma forma, não existe a menor coerência ou razão, de vermos um médium de Umbanda se intitular de Espírita, ou dizer que frequenta o Espiritismo; se frequentamos um Terreiro de Umbanda, logo praticamos o “Umbandismo”, e somos “Umbandistas”. Espírita é quem frequenta o Espiritismo codificado pelo Sr. Allan Kardec, também chamado de Kardecismo por muitos. Saber denominar o que praticamos e o que somos dentro desta prática é a primeira questão fundamental, e a falta desta prática leva a situações absurdas, como ocorreu no censo realizado em 2.000, quando foi divulgado um número de 432.000 Umbandistas no Brasil (número muitas vezes inferior aos praticantes só no estado de São Paulo), sendo que, em uma estatística baseada em pesquisas feitas em Federações, Associações e Conselhos de Umbanda estaduais espalhados pelo Brasil, apontavam um número em torno de quarenta milhões de praticantes.
– Umbanda 100% Gratuita – Nós Umbandistas não podemos conviver calados diante de espertalhões que usando o nome sagrado da Umbanda, “inventam” esse ou aquele tipo de trabalho que permite ser cobrado. Não, não é verdade, na Religião de Umbanda, desde um atendimento por parte de uma Entidade, ao mais profundo trabalho de desmancho ou desobsessão, são todos Absolutamente Gratuitos, e a explicação mais simples e direta para isso, está no fato dos Guias não possuírem corpo físico, nem necessidades de dinheiro, jóias, ou qualquer outro tipo de bens materiais, não sendo permitido nem mesmo ser cobrado o material que tal Entidade usa quando está trabalhando, ex: o fumo do cachimbo, charuto, vinho, café, cigarro, etc…
– Médiuns Umbandistas conscientes não perdem seu tempo e dinheiro, comprando banhos prontos, em lojas de artigos religiosos, pois os banhos são preparados em grandes galões, onde se coloca água e alguma essência (para ter um cheiro agradável), e só se troca os rótulos, mas os banhos são todos iguais, e sem valor energético-vibratório. Esses banhos acabam sendo usados normalmente por duas classes de pessoas: os que desconhecem o verdadeiro valor de um banho de ervas, e usam por ignorância; e os acomodados, que por preguiça de fazer o que é correto, acabam tomando um banho sem nenhum valor.
– Médiuns Umbandistas conscientes não perdem seu tempo e dinheiro, comprando defumadores em tabletes que são largamente vendidos nas lojas de artigos religiosos. Esses defumadores não passam de pó de serra prensado, com a adição de alguma essência para ter cheiro agradável, tendo embalagens para atender a “todos os casos”, desde um com nome de “abre caminho” até outros com nomes absurdos e bizarros, mas que são os mais vendidos, por mexer com a tola credulidade de muitos, e desejo de conseguir as coisas de maneira fácil e simples, nomes do tipo “chama dinheiro”, “pega homem”, “chama mulher”, “chama da fortuna”, “vence demanda”, etc… É claro que são muito práticos, mas sem nenhum valor energético-vibratório. Se queremos defumar de verdade, usemos as ervas em quantidade correta, e respeitando sua variação astrológica, então, sim alcançaremos um resultado real e positivo.
– Velas para Anjo de Guarda – Uma das coisas mais tolas e que revelam a falta de conhecimento básico de muitos praticantes de Umbanda, são as histórias de que “seu Anjo de Guarda está fraco e precisando de luz”, “seu Anjo de Guarda está preso”, “fizeram um trabalho pra você, e seu Anjo de Guarda está acorrentado”. Falta a esses irmãos o entendimento simples e básico, um espírito na graduação espiritual de Anjo, possui uma condição de enorme elevação, e que a ação dele conosco é de proteção, de procurar nos intuir positivamente, de procurar nos proteger dos males em geral. Quando acendemos uma vela para o Anjo de Guarda, não é para pedirmos que ele receba luz, e sim, para que ele use a luz daquela vela (o valor da luz daquela chama, a energia do elemento fogo, e da energia da oração) em favor do nosso espírito, pois o nosso espírito sim fica enfraquecido quando estamos sendo vítimas de más energias, seja por maus pensamentos, seja por demandas que nos foram dirigidas e outros.
– Umbandistas de fato devem ter claro em sua mente, que alguns “contos da Carochinha” não devem fazer parte de seu conhecimento responsável; histórias do tipo: “Xangô não se dá com Ogum, porque brigam pelo amor de Yemanjá”, “Esse ano é regido por Yemanjá, e como sou da vibração de Ogum, vou ter muitos problemas com pessoas da linha de Xangô”, “Esse ano regido por Oxalá e então Exu não “baixa” no Terreiro”.
São histórias tão absurdas e sem fundamento, mas que revelam o quanto muitas pessoas ainda não fazem a menor ideia do que são as Sete Vibrações de Umbanda, os fazendo pensar que se tratam de espíritos presos a paixões, raivas, e ciúmes humanos.
As Sete Vibrações de Umbanda são energias Divinas que fazem parte do governo oculto do Cosmos, não se trata de espíritos que lutam entre si, motivados por raivas e ciúmes (sentimentos humanos de baixa vibração).
– Umbandistas esclarecidos também entendem perfeitamente que os Guias e Protetores que trabalham na condição de militantes e condutores da Religião de Umbanda (Caboclos, Pretos Velhos, Crianças e os Exus) não fazem uso de nenhum tipo de fumo (charuto, cachimbo, cigarro de palha), porque estavam acostumados a usar quando estavam encarnados, ou menos ainda por vício. Devemos entender, claramente que se esses espíritos ainda estivessem presos a vícios terrenos, não estariam em condições de trabalhar nas roupagens fluídicas acima citadas. Quando fazem uso do fumo, é usando das propriedades extremamente positivas que essa erva possui, tanto para o lado energético (renovação energética das pessoas e do local), quanto para tratamento de inúmeras enfermidades físicas.
– Umbandistas esclarecidos não usam colares plásticos vendidos em casa de artigos religiosos como se fossem guias, pois sabem que as miçangas plásticas só tem o proveito de enfeitar, são isolantes e não imantáveis, e só com elementos naturais como contas, favas, conchas, pedras, raízes, entre outros; e sendo confeccionadas sobre determinados rituais orientados na maioria dos casos pelos Guias, só assim servirão para a condição de elementos materiais agregadores de energias (cósmicas, da natureza, humanas, de espíritos) que é a sua verdadeira função.
– Umbandistas esclarecidos não misturam a imagem dos guardiões (os Exus), com essas aberrações que são produzidas em gesso, e pintadas de vermelho (para ligar a imagem do Diabo), com chifres, rabo, pata de bode, formatos de caveiras, e alguns absurdos a mais que conseguem produzir, pois sabem que os espíritos que trabalham sob a roupagem fluídica de Exus, não se apresentam com NENHUMA dessas características, e são trabalhadores do bem, além de executores da lei kármica.
– Umbandistas esclarecidos não usam suas Entidades para se defender ou atacar alguém, entendem que recebem uma grande oportunidade de aprender com as manifestações e os trabalhos que essas Entidades fazem para as Giras, ou pessoas necessitadas
– Umbandistas esclarecidos não atribuem as suas Entidades, fatos do tipo: beber muito, fumar muito, ou sair e se envolver com vários homens ou com várias mulheres numa mesma noite pois essa história que saiu e bebeu muito porque o Marinheiro ou a Pomba Gira estava perto, é uma das coisas mais absurdas, levianas e sem propósito que se pode ouvir, e trata-se de procurar justificar nos Espíritos as atitudes que não são deles, nem influenciada por eles.
– Umbandistas esclarecidos não perdem seu tempo fazendo cursos de fim de semana para se tornarem “sacerdotes” ou “médium magista”. Sabem que os médiuns que possuem compromisso de ser “chefe de terreiro”, vêm com esse compromisso encaminhado, antes ainda de encarnar, e tal compromisso não é “ajeitado” ou “comprado” em cursos de fim de semana. No caso de médium magista, precisa ser iniciado por ações de ensino na manipulação de energia (magia), em processo iniciático de vários e vários anos, e sendo orientado por pessoa verdadeiramente capacitada.
Umbandistas esclarecidos não perdem seu tempo e dinheiro com anúncios pregados em postes, pontos de ônibus, colocados em classificados de jornais e internet, de cartomantes e quiromantes (que dizem ler mãos), que prometem “fazer ou desmanchar” qualquer trabalho, trazer o amor de volta em “tantos” dias, revelar traições, entre tantas outras artimanhas para “fisgar” os crédulos, os ingênuos, e os tolos. O máximo que irão conseguir (além de perder o dinheiro pago) é se enrolar ainda mais nos seus problemas, pois grande parte desses espertalhões acaba estando conluiados com a espiritualidade do baixo astral, por usarem mediunidades ou pretensas mediunidades como forma de ganhar dinheiro, algo que fere diretamente a lei do mediunato: “dar de graça o que de graça recebeu”.